Imobiliário dá força ao investimento estrangeiro em Portugal
A entrada no capital de empresas e compras de imobiliário impulsionaram o investimento direto estrangeiro (IDE) no país no final de 2020 e arranque deste ano, segundo dados do Banco de Portugal (BdP).
Segundo cálculos do Dinheiro Vivo, com base nos dados do regulador, o IDE em compras de propriedade e participações no capital de empresas aumentou quase oito vezes no primeiro trimestre deste ano face a igual período de 2020. Quer isto dizer que, só neste primeiro trimestre, os investidores estrangeiros injetaram 1,7 mil milhões em capital na economia portuguesa.
De acordo com o BdP, o forte impulso de IDE está ligado, também, ao imobiliário. Segundo o banco central, citado pela publicação, o financiamento externo do setor privado português “continuou a ser canalizado, em larga medida, através do fluxo líquido de investimento direto estrangeiro”, equivalendo a 1,8% do PIB (produto interno bruto), e a “componente de investimento imobiliário manteve-se relevante, correspondendo a 26% da entrada de fundos por via de investimento direto estrangeiro”.
O regulador refere que “o investimento [formação bruta de capital fixo] em construção aumentou 4,7% (7,2% em 2019)” e que “para além de as medidas de contenção não terem imposto a suspensão de obras, o dinamismo da construção é explicado pelo fluxo de novos projetos, em particular no imobiliário residencial e em grandes obras de infraestruturas.”
Além disso, “a procura nacional e internacional na componente residencial permaneceu sustentada”, e “os novos empréstimos para aquisição de habitação aumentaram e o investimento direto estrangeiro imobiliário manteve um crescimento elevado (8,2% face a 10% em 2019)”.