Empresas devem investir mais 4,9% em 2021 depois de queda de 13,6% em 2020
O investimento empresarial deve acelerar em 2021, depois da queda registada em 2020. Segundo o inquérito de conjuntura ao investimento de abril de 2021 (inquérito feito entre 1 de abril e 30 de junho) do INE, as empresas esperam agora investir mais 4,9% este ano, mais do que a previsão inicial de 3,5% (referente ao inquérito de outubro de 2020).
Ainda é de subida o investimento nas sociedades com entre 50 e 249 pessoas, mas já só de 0,5%. Para chegar às mais pequenas – menos de 50 pessoas – com uma perspetiva de continuação de queda do investimento, de 16,2%, o que se segue a uma redução superior a 20% em 2020.
Este inquérito aponta que em 2020, no total das empresas, o investimento caiu 13,6%, com reduções nos quatro escalões por emprego.
Por setor, a maior queda foi na indústria extrativa de 43,9%, seguindo-se o alojamento, restauração e similares, com uma redução em 2020 de 33%. Significativa foi, ainda, a redução superior a 30% nas atividades administrativas e dos serviços de apoio. Já o comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos caiu 21,7%. Mas houve setores a aumentar o investimento em 2020. Foi o caso da construção, com uma subida de 27%, e do imobiliário com mais de 24%.
Para este ano a construção é, por contraste, quem espera maior queda no investimento, de 30,6%. No contraponto, são as atividades financeiras e de seguros que esperam o maior aumento, de 38,4%, só superado pelos transportes e armazenagem que espera subir 42,9%.
Tanto em 2020 como em 2021, para o total das atividades, o investimento de substituição destacou-se como o principal objetivo (com um peso de 38,0% na média dos dois anos), a extensão da capacidade de produção (36,2%). Já os objetivos de racionalização e reestruturação pesaram 10,9% do total do investimento empresarial na média dos dois anos.
O financiamento destes investimentos veio, em particular, das próprias empresas (autofinanciamento), tendo o crédito bancário caído.
Apesar de se estimar mais investimento em 2021, as empresas inquiridas revelam fatores limitativos à despesa. São agora 43,2% as que indicam limitações, contra os 40% de 2020. No alojamento e restauração há mesmo uma percentagem de 50% que indica limitações. A deterioração das perspetivas de vendas continua a ser a principal limitação ao investimento (40,3% e 40,4% em 2020 e 2021, respetivamente). Essa é também a limitação referida pelas exportadoras, seguindo-se a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos.