Vistos gold: são concedidos menos e há novos investidores
O investimento captado através da concessão de vistos gold tem vindo a diminuir nos últimos tempos, uma queda que pode ser justificada, entre outros fatores, pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19 e pelas alterações legislativas relacionadas com o programa – a lei muda a partir de 1 de janeiro de 2022. Há também novos investidores – oriundos de outros países – a investir em Portugal, nomeadamente através da compra de casas no valor de 500.000 ou de 350.000 euros, se se tratar de uma construção com pelo menos 30 anos.
“Houve uma diminuição significativa nos processos de vistos gold, o que não quer dizer que haja menos interesse. Temos tido muitos pedidos de informação, nomeadamente sobre o que é que vai mudar a partir de janeiro”, disse Rita Neto, do escritório Global Lawyers, em declarações ao Diário de Notícias.
Segundo Patrícia Barão, Head of Residential da JLL, a principal causa para a quebra na atribuição de vistos gold está relacionada com as “constantes dúvidas e ameaças de término do programa”, que traz instabilidade e afasta investidores. “Adicionalmente, o programa português concorre com outros semelhantes a nível europeu, pelo que os investidores têm alternativas de investimento com benefícios e níveis similares. Não nos podemos esquecer que quem submete a aprovação de um visto faz um investimento grande, muitas vezes a poupança de uma vida, e esta é uma decisão que não se toma se houver incertezas”, referiu, citada pela publicação.
A responsável adiantou, no entanto, que continua a haver interesse por parte de estrangeiros a investir em Portugal, nomeadamente de novas geografias: “Sentimos que o interesse do mercado internacional mantém-se e até aumentou, com outros mercados a olhar para Portugal que não tínhamos há dois e três anos. Portugal está hoje no radar dos investidores em todo o mundo (…). Inicialmente tínhamos [na JLL] em grande força os cidadãos asiáticos, hoje temos muitos brasileiros, sul-africanos, americanos e investidores provenientes do Médio Oriente”.