Investimento: “Existe procura real para os escritórios e para habitação”
Em Portugal, o investimento imobiliário tem já dado sinais da recuperação – o registado no segundo trimestre de 2021 supera em 57% o valor apurado nos primeiros três meses do ano. Isto acontece porque “existe procura real para os escritórios e para habitação”, segundo diz Pedro Lancastre, CEO da consultora imobiliária JLL, sublinhando que “no que respeita ao investimento, Portugal está muito bem posicionado para disputar a elevada liquidez disponível a nível internacional”.
No entendimento deste especialista, “o mercado reúne todas as condições para retomar os níveis de atividade superiores aos registados nos últimos meses até ao final do ano e para ganhar robustez ao longo de 2022”. E explica porquê: “o nosso mercado não perdeu atratividade para a procura estrangeira” e “há uma crescente dinâmica do mercado doméstico, quer para ocupação de escritórios e venda de habitação, quer no âmbito do investimento”, diz em comunicado enviado às redações.
Os dados da JLL relativos à primeira metade do ano mostram isso mesmo: dos 575 milhões de euros investidos em imobiliário, 80% teve origem internacional e 20% nacional. E, deste investimento, 45% diz respeito aos escritórios e 37% foi alocado aos segmentos alternativos, muito graças à venda de um portfólio residencial com mais de 2.000 unidades, referem no documento. Neste período, o retalho assumiu uma quota de 15%.
Habitação: um mercado atrativo cá dentro e lá fora
O mercado residencial mostrou-se “bastante ativo” até junho, sendo que foram os compradores nacionais a representar 59% das operações. E além do crescimento da procura nacional fora dos centros urbanos, a JLL deu conta também do aumento da procura internacional no domínio da habitação.
De acordo com a consultora, “o final do programa dos Vistos Gold nos moldes atuais em janeiro de 2022 está a pressionar as vendas a estrangeiros e a diversificar o leque de nacionalidades ativas como o Brasil, França e Estados Unidos”. A isto soma-se ainda o facto dos preços da habitação nova apresentarem uma “grande resiliência”.
Ainda assim, continua a haver entraves ao desenvolvimento do imobiliário em Portugal. A JLL destaca dois: os” aumentos dos custos de nova construção e a morosidade nos processos de licenciamento”.